HOMEM TOMANDO SOL,
LEMBRANDO A AMADA
Poema de ANTONIO MIRANDA
Meu corpo é deserto que o sol incendeia
com mil volts de energia
tostando a epiderme, salgando-a
Meus ouvidos perscrutam melodia
cantada por conjunto moderno
mesclada ao
barulho do mar que imago.
O vento
se volta contra a fortaleza que sou
meus cabelos esvoaçam
tentando liberdade.
Meu coração agita em tua lembrança
voo
até onde estás
estando inerte.
Espelho aberto, o céu
onde leio teus pensamentos.
Embora sem mover-me
vou até onde estás...
Dois fogos me rodeiam e me queimam:
sou feliz.
1958, aos 17 anos de idade.
[Ilustração realizada por Inteligência Artificial - IA,
por Nildo Moreira, em 2025.]
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